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Posted inAssembleia da República Guimarães

Deputados Luís Soares e Sónia Fertuzinhos propõem Guimarães para acolher parte da “Coleção Joan Miró”

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A inclusão da Plataforma das Artes e da Criatividade, em Guimarães, num roteiro da arte contemporânea, pela exposição, naquele espaço, temporária ou permanente, de parte da “Coleção Joan Miró”, foi defendida pelos deputados socialistas Luís Soares e Sónia Fertuzinhos.

No almoço promovido pelos Deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo eleitoral de Braga com Luís Filipe Castro Mendes, os parlamentares vimaranenses classificaram como histórica a decisão do Governo Socialista, que na véspera, em Serralves inaugurou a exposição do artista catalão. «À decisão do Ministério Público de impedir o anterior Governo do PSD/CDS de vender aquele acervo correspondeu a decisão política do Governo do Partido Socialista, uma das primeiras na área da cultura, de não ratificar a venda da “Coleção Miró”, e a contrario, decidir que a referida ficaria em Portugal e seria exibida ao público», lembram, sustentando que «entre as decisões de manter as obras fechadas num cofre, primeiro, e ilegalmente expostas em Londres para venda, depois, e a decisão de manter aquele património em solo nacional e exposta ao público, vai a diferença entre duas perspetivas distintas sobre a Cultura» – disse Luís Soares.
Na realidade – sublinham Luís Soares e Sónia Fertuzinhos – aquilo que o Governo socialista quis dizer foi que «o valor da coleção para o nosso país e para as gerações vindouras é incomensuravelmente superior ao valor monetário que resultaria da sua venda».

Invocam igualmente as justificações dadas pelo Primeiro Ministro para sustentar a decisão de fixar estas obras no Porto – a constituição de um “novo polo de atratividade que ajude a consolidar e a reforçar a que tem tido [o Porto] ao longo dos últimos anos” –, para dizer que subscrevem por inteiro a estratégia de reforço da atratividade da segunda cidade do país e de de todo o norte através da diversificação da oferta cultural.

Contudo, defenderam, junto de Luís Filipe Castro Mendes, que Guimarães, e a Plataforma das Artes e da Criatividade teria sido também um espaço perfeito para acolher aquela exposição. “Cumpria com os objetivos que o Governo definiu e é um edifício que está absolutamente preparado, sem necessidade de qualquer remodelação, para acolher aquela obra ou outra de igual valor.
Por isso, não reivindicando que todas obras da coleção se fixem em Guimarães, «apesar de a Plataforma das Artes e da Criatividade e a cidade reunirem todas as condições para se constituir como polo de atratividade do norte e albergar a exposição», propuseram, tendo em conta a decisão do Governo de a fixar no Porto, que ali seja exposta, de forma «temporária ou permanente, parte da “Coleção Joan Miró”».

«Das 85 obras da coleção que são património do Estado, apenas 77 estarão temporariamente expostas no Museu Serralves, pelo que sugerimos a V.exa considere, no contexto da estratégia que definiu, a inclusão da Plataforma das Artes e da Criatividade no roteiro da arte contemporânea, pela exposição, naquele espaço, temporária ou permanente, de parte da “Coleção Joan Miró”» – disse Luís Soares.

Manifestando-se convictos de que tal decisão «consolidaria a atratividade do Porto e de Guimarães através da estratégia de diversificação da oferta turística e cultural de uma região de que as duas cidades são parte», Luís Soares e Sónia Fertuzinhos ouviram Luís Filipe Castro Mendes discursar, perante uma plateia de autarcas e dirigentes culturais, que há no país outras coleções que podem guarnecer o magnífico edifício da Plataforma das Artes e que sendo a coleção Joan Miró uma coleção do Estado, quem sabe as sete obras não expostas no Porto possam vir a ser exibidas ao público em Guimarães.

A Plataforma das Artes e da Criatividade, que alberga o Centro de Artes José de Guimarães, é um edifício que resultou da Capital Europeia da Cultura em 2012, um edifício contemporâneo que obteve diversos prémios internacionais de arquitetura e que tem uma dimensão que ultrapassa o concelho de Guimarães e a região, sendo mesmo um equipamento nacional que não mereceu o apoio do Governo da República, mormente do anterior Governo.